Cinco argumentos em favor da segurança eterna do crente


"Quem nos separará do amor de Cristo?" Rm 8:35

A ênfase desta última seção é sobre a segurança do cristão. Não precisamos temer o passado, o presente ou o futuro, pois estamos seguros no amor de Cristo. Paulo oferece cinco argumentos para provar que o cristão não pode ser separado de seu Senhor.

Deus é por nós (v. 31). O Pai é por nós e provou esse fato entregando seu Filho (Rm 8:32). O Filho é por nós (Rm 8:34) e o Espírito também (Rm 8:26). Deus faz todas as coisas cooperarem para nosso bem (Rm 8:28). Deus é por nós em sua Pessoa e em sua providência. Por vezes, lamentamos como Jacó: "Todas estas coisas me sobrevêm" (Gn 42:36), quando, na verdade, tudo está trabalhando em nosso favor. A conclusão é óbvia: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".

O cristão precisa começar cada dia ciente de que Deus é por ele. Não há nada a temer, pois o Pai amoroso deseja apenas o que é melhor para seus filhos, mesmo quando precisamos passar por provações para receber o que ele tem de melhor a oferecer. "Eu é que sei que pensamentos tenho a vosso respeito, diz o SENHOR; pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que desejais" (Jr 29:11).

Cristo morreu por nós (v. 32). Vemos aqui uma argumentação em ordem crescente. Se, quando éramos pecadores, Deus nos deu seu melhor, agora que somos filhos de Deus, acaso ele não nos dará tudo de que precisamos? Jesus empregou essa mesma argumentação quando tentou convencer as pessoas de que era inútil se preocupar e temer. Se Deus cuida dos pássaros e das ovelhas, e até mesmo dos lírios, certamente cuidará de nós! Deus se relaciona com seus filhos com base na graça do Calvário, não com base na Lei. Deus concede todas as coisas em abundância aos que lhe pertencem!

Deus nos justificou (v. 33). Isso significa que nos declarou justos em Cristo. Satanás deseja nos acusar (Zc 3:1-7; Ap 12:10), mas, em Cristo Jesus, somos justos diante de Deus. Somos os eleitos de Deus - escolhidos em Cristo e aceitos em Cristo. Uma vez que é Deus quem nos justifica, por certo não nos acusa. Para ele, acusar os seus seria o mesmo que dizer que sua salvação falhou e que continuamos vivendo em nossos pecados.

Podemos experimentar paz no coração quando entendemos o significado da justificação. Quando Deus declara que o pecador que crê foi justificado em Cristo, trata-se de uma declaração inalterável. Nossas experiências com Cristo mudam cada dia, mas a justificação é sempre a mesma. Podemos nos acusar a nós mesmos ou sofrer a acusação de outros, mas Deus jamais nos acusa. Jesus já pagou o castigo, e estamos seguros nele.

Cristo intercede por nós (v. 34). A segurança do que crê em Cristo se deve a uma intercessão dupla: o Espírito intercede (Rm 8:26, 27) e o Filho de Deus intercede (Rm 8:34). O mesmo Salvador que morreu por nós intercede por nós no céu. Como nosso Sumo Sacerdote, pode nos dar a graça de que precisamos para superar a tentação e derrotar o inimigo (Hb 4:14-16). Como nosso Advogado, pode perdoar nossos pecados e restaurar nossa comunhão com Deus (1Co 1:9 - 2:2). Essa intercessão significa que Jesus Cristo nos representa diante do trono de Deus e que não precisamos nos defender.

Paulo deixa esse ministério de intercessão subentendido em Romanos 5:9, 10. Não apenas somos salvos por sua morte, mas também por sua vida. "Por isso, também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles" (Hb 7:25). Pedro pecou contra o Senhor, mas foi perdoado e restaurado à comunhão por causa de Jesus Cristo. "Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como trigo! Eu, porém, roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; tu, pois, quando te converteres, fortalece os teus irmãos" (Lc 22:31,32). Ele está rogando por todos nós, e esse ministério garante que estamos seguros.

Cristo nos ama (vv. 35-39). Em Romanos 8:31-34, Paulo prova que Deus não falha conosco; mas será que podemos falhar com ele? E se vacilarmos em meio a alguma grande provação ou tentação? O que será de nós? Paulo trata desse problema nesta última seção e explica que nada nos separará do amor de Jesus.

Em primeiro lugar, Deus não nos protege das dificuldades da vida, porque precisamos delas para nosso crescimento espiritual (Rm 5:3-5). Em Romanos 8:28, Deus garante que as dificuldades da vida trabalham a nosso favor, não contra nós. Deus permite que venham as provações, a fim de usá-Ias para nosso bem e para a sua glória. Uma vez que suportamos as provações por amor a ele (Rm 8:36), é possível nos abandonar? De modo algum!

Antes, quando passamos pelas dificuldades da vida, ele está mais próximo de nós. Além disso, ele nos dá o poder de conquistar a vitória (Rm 8:37). Somos "mais que vencedores"; literalmente, somos "supervencedores" por meio de Jesus Cristo! Ele nos dá vitória sobre vitória! Não precisamos temer a vida nem a morte, nem as coisas do presente, tampouco as do futuro, pois Jesus Cristo nos ama e deseja nos dar a vitória.

Não se trata de uma promessa condicional: "Se fizermos isso, Deus fará aquilo". Essa garantia em Cristo é um fato comprovado, e nos apropriamos dele porque estamos em Cristo. Nada pode nos separar de seu amor!

Podemos crer nessa verdade e nos regozijar!

Warren W. Wiersbe
Comentário Bíblico Expositivo

14 comentários:

  1. Não se trata de uma promessa condicional

    Não? Ausência de evidência não implica evidência de ausência. Ademais, há pelo menos uma condição, a qual sempre está bem clara: as promessas são feitas sempre para os crentes.

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    1. Você tem razão quanto à ausência de evidência não ser evidência de ausência. Mas será mesmo que há falta de evidência de que a promessa é incondicional? Vejamos o texto:

      "Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou. Que diremos, pois, à vista destas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? Como está escrito: Por amor de ti, somos entregues à morte o dia todo, fomos considerados como ovelhas para o matadouro. Em todas estas coisas, porém, somos mais que vencedores, por meio daquele que nos amou. Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor." Rm 8:29-39

      1. Note os termos utilizados e as respostas esperadas para cada uma das perguntas: todas as coisas, nada, ninguém, nem qualquer outra criatura... os termos não permite a inclusão de alguma coisa ou ser que possa nos separar de Cristo.

      2. Por causa de quem somos inseparáveis de Cristo? Por causa de Deus que conheceu, predestinou, chamou, justificou e glorificou. Deus "é por nós", "é Deus quem justifica", "é Cristo Jesus quem morreu" e "intercede por nós". O sujeito de tudo o que é feito para nos manter seguros em Cristo é Deus o Pai e Seu Filho.

      3. Em que termos nos são dadas as coisas necessárias à nossa segurança? "Graciosamente". Graça condicional é uma contradição de termos.

      Portanto, não há ausência de evidência, como você supõe. Todas as evidências levam à conclusão necessária de que nossa segurança não depende de nós, mas de Deus que nos ama e de Seu Filho que morreu por nós e que graciosamente nos justificou e nos dá todas as coisas necessárias à nossa vida na terra até chegar à glória no céu.

      Em Cristo,

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    2. Mas todas essas passagens acentuam a fidelidade de Deus, e não a fidelidade humana. O elo mais fraco da corda nem é mencionado. (acusações de 'salvação pelas obras' em 10,9,8...)

      Dado que (do pouco que me lembro) a igreja romana era bastante perseguida naquela época, as palavras de Paulo são um conforto na fidelidade de Deus, e não necessariamente uma declaração do tipo 'uma vez salvo sempre salvo'.

      Bem, sobre seu comentário, algumas considerações rápidas, e inevitavelmente provocativas:

      1 - Por que, de repente, todos é todos, ninguém é ninguém, nenhuma criatura é nenhuma criatura, nada é nada - mas todos não é todos em 1Timóteo 2:4?

      2 - Bem, a interpretação 'armínica' da Catena Aurea fica para outro dia... Mas é interessante notar que todos esses verbos estão no passado.

      3 - Essa de fato eu queria saber. Aonde se nota uma contradição de termos em 'graça condicional'? SEM falar que, de fato, os alvos desta graça mantenedora (serve essa palavra?) cumprem uma condição: são crentes.

      Mesmo assim, a mensagem não perde sua força: Não precisamos temer a vida nem a morte, nem as coisas do presente, tampouco as do futuro, pois Jesus Cristo nos ama e deseja nos dar a vitória. Não se precisa de um 'axioma flamenguista' para acreditar nesta verdade, é só ler o texto.

      Se qualquer maneira, foi uma boa defesa.

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    3. Este é o ponto. A segurança do crente está ancorada, antes de tudo, na fidelidade de Deus e não na fidelidade do crente. Por isso é tão, digamos, segura. Sobre seus comentários nem tão provocativos:

      1. No que me diz respeito, todos significa todos em 1Tm 2:4. Como aqui ninguém é ninguém, nenhum é nenhum, nada é nada e todas as coisas são mesmo todas as coisas.

      2. E em que o passado dos verbos afeta o ponto em debate: a incondicionalidade da promessa?

      3. Graça exclui mérito e cumprir uma condição é fazer jus (Rm 4:4; 11:6). Ah, e ser crente não é uma condição prévia, mas consequência da graça.

      Em Cristo,

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    4. Essa afirmação, seca como está, elimina a necessidade de perseverança do indivíduo - algo que nem mesmo a teologia calvinista nega. O próprio Paulo se policiava para não vir a ser reprovado (1Co 9:27)! E de novo, nenhuma dessas passagens afirma a fidelidade humana, e nem mesmo afirma que a fidelidade divina é suficiente para a preservação final do homem.

      1 - Bem, não são lá tantas pessoas que concordam com isso tão facilmente (e consistentemente). Mas, que seja, isso depende de que suposições se esteja disposto a lidar... Mas, não importa.

      2 - Primeiro, como eu já disse, tal promessa é dada a crentes. Nenhum descrente é alvo de tais promessas de fidelidade. Queira ou não, isto é uma condição. Pouco importa se eles são crentes por algo contingente à vontade deles - a promessa é para o crente e o crente somente.

      Esses verbos estão no passado, indicando algo como que um 'evento histórico', que já aconteceu e pronto. Este verso seria mais útil a um 'predestinista' se os verbos estivessem no presente ou futuro, ou se esta catena sugerisse continuidade.

      3 - Graça exclui mérito? OK, concordo. Cumprir condições é fazer jus? Isto já é forçado. As palavras mérito e condição estão longe de ser sinônimas, e nem mesmo são correlatas. Cumprir cláusulas não torna nada ou ninguém meritório de algo, por si só.

      Você colocou versos bíblicos sobre a ideia de que condição implica merecimento. Mas ambos falam de graça como oposição a obras meritórias. Este tipo de obra meritória de fato seria uma condição para uma 'salvação não-graciosa'. Mas fé não é obra, e nem mesmo é meritória. Assim, não se tem nenhuma objeção à ideia de que condições a serem cumpridas anulam a graça. 'Condição não-meritória' definitivamente não é uma contradição de termos.

      {Bem, ficaria a seu encargo provar que fé é meritória - algo que daria muito problema se fosse verdadeiro...}

      Ah, e ser crente não é uma condição prévia, mas consequência da graça.
      Bem, isso já é referente à sua linha soteriológica. Podemos discutir isso futuramente em outros posts, mas já fiz minhas observações aqui.

      No Deus vivo, Salvador de todos os homens, sobretudo dos que têm fé. CFTWB.

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    5. De fato Credulo
      Se fé é dom, qualquer coisa que venha dela estará longe de ser meritória!

      Ainda que você queira colocar a fé como condição única para a salvação de qualquer indivíduo, não é qualquer indivíduo que manifesta fé sem que venha do alto! É dom, é dada por graça, não é para todos!

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    6. Você está dando socos no ar, defendendo o que não pede defesa e combatendo o que tem que ser aceito, simplesmente. Quando diz que "essa afirmação, seca como está, elimina a necessidade de perseverança do indivíduo", se esquece que a perseverança do crente resulta da preservação divina, que é uma promessa incondicional. E quando diz que "nenhuma dessas passagens afirma a fidelidade humana, e nem mesmo afirma que a fidelidade divina é suficiente para a preservação final do homem" você se faz de bobo. Pois se a Bíblia diz que Deus nos justifica e nada diz da participação do homem nesse ato, devemos ficar levantando objeções de que a falta de referência ao papel do homem aponta no sentido de qua o homem participa e de que a referência ao ato de Deus não significa que Sua ação seja suficiente?

      Sobre os seus pontos:

      1 - E aí, se "não são lá tantas pessoas que concordam com isso tão facilmente"? Se nós dois estamos de acordo nesse ponto, devemos insitir nele porque alguém, a seu lado ou do meu, pensa diferente? Penso que seria brigar por um osso que não queremos.

      2 - Agora, fazendo seu jogo se "tal promessa é dada a crentes" significa que "ser crente é uma condição"? Além disso, poderia-se dizer que a promessa é aos eleitos: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica". E sabemos que nem todos os eleitos são crentes, há eleitos não apenas inconversos, mas verdadeiros ateus e militantes na causa de Satã. E sobre o fato de que os "verbos estão no passado" e que seria "mais útil a um 'predestinista' se os verbos estivessem no presente ou futuro", não vem ao caso. Você levantou a questão dos verbos estarem no passado como evidência de que a promessa não é incondicional. Sendo assim, gostaria de saber o que tem a ver o tempo verbal com a condicionalidade da promessa.

      3 - Você também questiona "cumprir condições é fazer jus? Isto já é forçado". Bem, para demonstrar isso, você precisa dar exemplo de que cumprir as condições para alguma coisa não torna a pessoa merecedora de tal coisa. Sim, é verdade que às "cumprir cláusulas não torna nada ou ninguém meritório de algo", mas isenta tal pessoa das penas por quebra de tais cláusulas. De qualquer forma, aguardarei seus exemplos para melhor análise.

      Para concluirmos, estamos de acordo de que a fé não é meritória. Pois não vem do homem, é um presente de Deus. Mas então voltamos ao início. Se a promessa é condicional porque feita aos crentes, mas se os tais creem porque Deus lhes dá a fé, temos que a promessa depende inteiramente de Deus, logo, não vejo porque do seu espermeio ante a declaração de que a promessa não é do tipo "se fizermos isso, Deus fará aquilo".

      Em Cristo,

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    7. André, as premissas do Credulo são as seguintes:

      1. A promessa é feita aos que tem fé;
      2. A fé não é dada por Deus.

      Logo, a condição proposta por ele é cumprida por Deus, então no que respeita ao homem, é incondicional.

      Em Cristo,

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    8. Primeiro, a parte que não interessa:
      Ainda que você queira colocar a fé como condição única para a salvação de qualquer indivíduo,
      O fato de Deus cobrar fé de todos, é suficiente para que se infira tal coisa. Ou acaso existem 'descrentes salvos'?

      não é qualquer indivíduo que manifesta fé sem que venha do alto! É dom, é dada por graça, não é para todos!

      Tá bom. Se eu concordar, o que acontece?
      ---
      1. A promessa é feita aos que tem fé;
      2. A fé não é dada por Deus.


      Como é mais fácil fazer exegese nos escritos de um vivo, me diz: de onde você tirou 2, em especial? Talvez eu tenha afirmado que a fé seja dada por Yemanjá, sei lá? Sinceramente nem me lembro...

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  2. Quando diz que "essa afirmação, seca como está, elimina a necessidade de perseverança do indivíduo", se esquece que a perseverança do crente resulta da preservação divina, que é uma promessa incondicional.

    Novamente, a promessa é para os eleitos. E eu falei da frase 'seca como está', e não com inserções decorrentes da sua teologia. Falar que a perseverança está ancorada em Deus e não no crente é negar que a Bíblia ordena a permanência. Se Deus irresistivelmente causa essa permanência, de nada importa - é dever do crente perseverar.

    Pois se a Bíblia diz que Deus nos justifica e nada diz da participação do homem nesse ato,
    'Abraão creu, e isso lhe foi imputado por justiça' (Gn 15:6). Ou Deus justifica descrentes?

    devemos ficar levantando objeções de que a falta de referência ao papel do homem aponta no sentido de qua o homem participa e de que a referência ao ato de Deus não significa que Sua ação seja suficiente?
    Fiquei confuso...
    A falta de referência ao papel humano não permite dizer que ele não existe; a referência a Deus não implica ser ele a única parte. Sim, é útil fazer tais objeções (ainda mais se quem as faz 'naturalmente' discorda de você :p).

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  3. 1 - Irrelevante - jogue esse osso a outro! :)

    2 - Agora, fazendo seu jogo se "tal promessa é dada a crentes" significa que "ser crente é uma condição"?
    Me parece meio óbvio que sim. As promessas não são direcionadas a inimigos de Deus, a 'filhos da ira'.

    Além disso, poderia-se dizer que a promessa é aos eleitos: "Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica". E sabemos que nem todos os eleitos são crentes, há eleitos não apenas inconversos, mas verdadeiros ateus e militantes na causa de Satã.

    Hum... Estava falando disso faz um tempo com o pessoal da Arminianismo.com. O problema é ir a este texto com uma ideia contemporânea da palavra 'eleitos'.
    Eleitos é tido por Paulo como crentes, e não como 'os eleitos antes da fundação do mundo'. Por exemplo, em 2Timóteo 2:10, Paulo coloca seu sofrimento como tendo poder contra-causal (em outras palavras, 'como se fizesse alguma diferença') na glorificação dos 'eleitos'. E também, é difícil dizer que Deus ama um 'eleito descrente' - todos nascemos filhos da ira.

    E sobre o fato de que os "verbos estão no passado" e que seria "mais útil a um 'predestinista' se os verbos estivessem no presente ou futuro", não vem ao caso. Você levantou a questão dos verbos estarem no passado como evidência de que a promessa não é incondicional. Sendo assim, gostaria de saber o que tem a ver o tempo verbal com a condicionalidade da promessa.

    Bem mais profundo. Isso entraria em uma análise mais séria do texto. Esta catena aurea, na verdade, já aconteceu na perspectiva de Paulo.
    Os dantes conhecidos, depois predestinados, chamados, justificados, glorificados - tudo isso é acerca de pessoas de carne e ossso, e não entidades em um decreto. Usando um vocábulo que lhes é comum, Paulo está falando de algo que já aconteceu no tempo, e não de um plano na eternidade.

    Bem, para demonstrar isso, você precisa dar exemplo de que cumprir as condições para alguma coisa não torna a pessoa merecedora de tal coisa.
    Exemplo ao final!

    Sim, é verdade que às "cumprir cláusulas não torna nada ou ninguém meritório de algo", mas isenta tal pessoa das penas por quebra de tais cláusulas.
    Acho que a escolha de minhas palavras não foi muito acertada. Não estou falando de um contrato de partes assinadas - tal contrato ocorreu no Éden, e nós falhamos na nossa parte...
    A salvação não é mais por 'contrato', é por graça&misercórdia divina.
    De todo modo, minha objeção fica: cumprir condições não faz Deus automaticamente me liberar da condenação.

    Aliás, o 'isenta tal pessoa das penas por quebra de tais cláusulas' é justamente uma forma de merecimento, idêntica àquela do versículo trabalho-salário que você passou.

    De qualquer forma, aguardarei seus exemplos para melhor análise.
    Hum... Fé em Cristo? Eu já dei o exemplo acima. A Bíblia coloca fé como condição de salvação, e coloca a salvação como não sendo meritória. Portanto, fiz meu ponto!

    Se a promessa é condicional porque feita aos crentes, mas se os tais creem porque Deus lhes dá a fé,
    Bem, temos divergências sobre em que bases Deus dá fé.
    temos que a promessa depende inteiramente de Deus, logo, não vejo porque do seu espermeio ante a declaração de que a promessa não é do tipo "se fizermos isso, Deus fará aquilo".

    Se você demonstrar que Deus não pode jamais em hipótese alguma arrancar a fé...

    (Ademais, há pelo menos uma promessa condicional: 'sê fiel até a morte...'. Mas isso fica pra outro dia...)

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    1. Romanos 9 coloca toda essas dúvidas a tona e as explica de uma forma direta,

      Sobre o ser fiel até a morte, que é dito em Apocalipse :

      Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida
      Apocalipse 2:10

      O texto diz ser fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida, o texto não diz ser fiel até a morte e então serás salvo, ou ser fiel até a morte e receberá a vida eterna, coroa da vida é galardão e não salvação.

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"Se amássemos mais a glória de Deus, se nos importássemos mais com o bem eterno das almas dos homens, não nos recusaríamos a nos engajar em uma controvérsia necessária, quando a verdade do evangelho estivesse em jogo. A ordenança apostólica é clara. Devemos “manter a verdade em amor", não sendo nem desleais no nosso amor, nem sem amor na nossa verdade, mas mantendo os dois em equilíbrio (...) A atividade apropriada aos cristãos professos que discordam uns dos outros não é a de ignorar, nem de esconder, nem mesmo minimizar suas diferenças, mas discuti-las." John Stott

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